Protesto violento a poucos metros de um "centro espírita" em Niterói



Numa área "protegida" pelo "centro espírita" Remanso Fraterno, a região de Várzea das Moças e Rio do Ouro, em Niterói, e de Jóquei e Ipiiba, em São Gonçalo, cortadas pela rodovia RJ-106, sofrem pela paralisia urbana.

As autoridades não investem em coisa alguma. Não investem em infraestrutura, melhorias urbanas e habitacionais, só ficam, quando muito, substituindo o asfalto, como se isso fosse o fim de um processo de repaginação urbanística, quando na verdade é só o começo.

Começam a surgir reclamações de que os dois bairros vizinhos de Várzea das Moças e Rio do Ouro não se ligam por uma avenida específica, dependendo da rodovia RJ-106 para se comunicarem.

Isso atrapalha o trânsito da rodovia, estadual, aumentando o tempo de percurso e dificultando a travessia de quem vai para cidades distantes na Região dos Lagos.

Além disso, moradores de São Gonçalo que usam os ônibus de Várzea das Moças para o Centro e o bairro de Marambaia se queixam que levam muito tempo só para chegar a Tribobó.

Esses problemas inexistem na imprensa vendida que circula nas bancas niteroienses, cujos chefes de redação mais parecem uns burocratas da notícia, reduzida a uma reles mercadoria impressa.

A imprensa só acorda, provisoriamente, quando há protestos de moradores, numa região em que as "boas energias" do Remanso Fraterno adormecem as autoridades que nada fazem pela região e os jornalistas que, ocupados com seu chopinho nos bares de Icaraí e Charitas, nada cobram.

Um deles ocorreu na última segunda-feira, quando, por influência da "máquina mortífera" do governador fluminense Wlson Witzel - cuja operação "justiceira" recebeu moção de repúdio da ONU e de instituições de defesa de direitos humanos do mundo - , um morador foi morto em operação policial.

Sob a desculpa de combater a criminalidade, policiais invadiram a Favela da Linha e, em suposto tiroteio, mataram um morador, que não teria a ver com os supostos criminosos.

Os moradores do local ficaram fulos da vida, fecharam a RJ-106, botaram fogo em pneus e outras peças que encontraram na frente, para bloquear o tráfego.

A área da RJ-106 que passa por Niterói e São Gonçalo passa por um processo de degradação urbana e vive do descaso das autoridades, que, quando vão ao local, é só para recapear o asfalto, como se isso fosse tudo na vida.

A falta de uma avenida que ligasse Rio do Ouro e Várzea das Moças já faz com que, na Internet, a rodovia RJ-106, nesse trecho, recebesse o pejorativo apelido de "avenida de bairro".

E isso atrapalha tudo e todos. Fornecedores de mercadorias sofrem grandes atrasos para chegar aos mercados de Cabo Frio, porque precisam diminuir a velocidade para não esbarrarem com veículos que vêm do Rio do Ouro (ou de Maria Paula, pela RJ-100) ou Várzea das Moças.

O que especialistas também alertam é que, com a Região Oceânica de Niterói em ascensão, há mais necessidade de urbanizar e melhorar as estruturas de Rio do Ouro, Várzea das Moças, Jóquei, Ipiiba e outras áreas, atendendo reivindicações da população.

Com a situação como está, não pode ficar. E especialistas alertam que não adianta só duplicar a RJ-106, se não se constrói uma nova avenida para ligar Rio do Ouro e Várzea das Moças, aproveitando um terreno ocioso que existe no local.

Em vez de botar a polícia para atirar na população, o que deve ser feito é atender as reivindicações da população pobre, lhes dar qualidade de vida, infraestrutura, melhores condições, passarelas mais seguras, iluminação e outras medidas mais do que urgentes.

Fora do terreno árido das redes sociais e da mídia nos quais o chamado "niteroiense médio" parece se conformar com os próprios problemas, se cobra melhorias no entorno da RJ-106 e seu trecho chamado de "avenida de bairro".

Atender às reivindicações da população carente é a verdadeira caridade, que não é a "caridade" débil que o Espiritismo brasileiro tanto defende, que é a mera doação de mantimentos.

As autoridades deveriam parar de sonhar com Nosso Lar e investir pesado em Rio do Ouro, Várzea das Moças, Ipiiba, Jóquei, Engenho do Roçado e outras áreas. A vizinha Maricá, ao menos, faz a sua parte cuidando do seu entorno da RJ-106.

Já os niteroienses deveriam parar de se conformar com os próprios problemas e de transformar reclamação em passatempo. É hora de resolver os problemas, e não viver reclamando deles a vida toda.

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