Leitor reclama da mesmice das matérias sobre Espiritismo na imprensa brasileira
O leitor José Carlos de Vasconcellos, de Jundiaí, reclama da cobertura da imprensa sobre Espiritismo nos últimos meses:
"Prezados amigos,
Venho reclamar da mesmice chapa-branca da nossa imprensa quanto a esse Espiritismo que se reduziu a um clone mofado da Igreja Católica e ninguém faz nada para denunciar isso. As reportagens são todas iguais, parecendo até que um único texto foi feito e só foram trocadas algumas palavras e parágrafos.
Se ao menos os repórteres economizarem dinheiro não viajando para dar entrevistas aqui e ali, seria dos males o menor se essas matérias fossem mera copidescagem. Mas se gasta até combustível de carro de reportagem para fazer essas asneiras repetitivas sobre Espiritismo que se observa na Folha, BBC, CBN, Estadão etc.
Desde o aniversário de 150 anos de partida de Allan Kardec até o filme que, supostamente, o homenageia, o que se viu foi o mesmo blablablá de sempre: 'Kardec inventou o Espiritismo, que no Brasil ficou popular graças a Chico Xavier e, graças a essa religião, vivemos no equilíbrio entre Fé e Razão'. Quanta palhaçada!
Sabemos que isso não é verdade e que o 'iluminado' Chico Xavier, meio que 'sem querer querendo', cometeu desvios doutrinários profundamente graves, criando pomposas 'cidades espirituais' sem que estudo algum houvesse para dizer se elas realmente existem ou se o mundo espiritual é diferente do que se supõe na Terra, coisa que mais provoca ilusão e até masoquismo.
Tem gente boa desejando morte de ente querido achando que ele irá para 'um lugar melhor'. Tem feminicida se eximindo de culpa por causa dos 'reajustes espirituais'. Tem pistoleiro botando culpa na vítima por 'dívidas passadas'. E todos dormindo tranquilos porque as pessoas foram 'desta para melhor', segundo a 'visão espírita' que no Brasil se trabalha com esses 'mundos espirituais' que estão mais para os condomínios de luxo dos Jardins e do Morumbi.
Ninguém tem coragem mais de fazer jornalismo investigativo como, em outros tempos, muita gente boa fez. O Attila Paes Barreto é um clássico, seu livro sobre Chico Xavier deveria voltar às livrarias urgentemente para quebrar essa ilusão que transforma o suposto médium mineiro numa 'princesa da Disney' para idosos.
E o nosso repórter do Globo Rural, Zé Hamilton Ribeiro, desmascarou o pretenso médium inventando um morto do nada, e o tão festejado e iluminado 'médium' acolheu sem verificar, e seus partidários, obsediados com sua figura religiosa, acham que o 'médium' cometeu erros e pode ser inocentado por isso.
São confusos os seguidores e simpatizantes do suposto médium Chico Xavier que dizem que ele 'sempre acerta' ou 'erra muito' conforme as conveniências do momento. Blindam ele de tal forma que, num dia, ele é o semi-deus a apontar o futuro na Terra, no outro é o imperfeito que cometeu falhas aqui e ali. E nossa imprensa tornou-se refém desses verdadeiros bolsomínions da fé religiosa, desses chicomínions que azucrinam quem quer, de verdade, recuperar as bases de Kardec.
Hoje o que se vê é que o coitado do Allan Kardec virou um palhaço a fazer o espetáculo para os fãs de Chico Xavier. Uma grande idiotice que, ao menos, deveria ser alvo de investigação de nossos jornalistas. A deturpação do Espiritismo ocorre há décadas, de maneira vergonhosa, constrangedora e perigosa, e nenhum jornalista se dá conta disso?
Jornalismo não é tarefa para repórter ouvir religioso e dizer amém. O jornalismo investigativo analisa tudo, até se Chapeuzinho Vermelho se envolvendo em esquema de propina comandado pelo Lobo Mau. Não se pode haver complacência, ainda mais quando temos um alcance e uma amplitude de informações bem maior do que no tempo de Attila Paes Barreto.
Convido, portanto, os internautas que tiverem um exemplar de O Enigma Chico Xavier Posto à Clara Luz do Dia que ponham na Internet, reproduzam e multipliquem, para ensinar os nossos jornalistas sobre o que é fazer jornalismo investigativo, evitando que nossos repórteres se afundem na areia movediça da fascinação obsessiva por Chico Xavier".
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