Leitor diz que imprensa é para investigar e não dizer amém
Seguimos com a carta de Adelmo Maciel, de Juiz de Fora, Minas Gerais:
"Amigos,
Me envergonha a cobertura que a imprensa fez dos 150 anos de morte de Allan Kardec. Verdadeiro vexame chapa-branca! Verdadeiro acinte ao legado do professor francês, que com seu suor e seu bolso fez pesquisas difíceis, sob o desprezo ou repúdio da sociedade do seu tempo, para codificar a Doutrina Espírita.
As coberturas mais pareciam releases da Federação Espírita Brasileira. A vergonha é tanta ao perceber que a imprensa brasileira preferiu comemorar a 'popularidade brasileira' do Espiritismo, que na verdade vai de mal a pior, reduzindo de 2% para 1,8%. E, o que é mais grave, com os jornalistas mais preocupados em homenagear Chico Xavier, o falso médium que arruinou os postulados kardecianos!
Chico Xavier apostou em invencionices feitas ao arrepio do mais básico fundamento lógico. Criou cidades espirituais só para forçar as pessoas a sofrer na vida presente, porque, depois da morte, todo mundo vai para aquele condomínio de luxo chamado Nosso Lar. Ele ainda falou que alienígenas, vejam só, ETs, iriam salvar a humanidade depois que nossos valiosos intelectuais, artistas e cientistas, forem ceifados em tragédias prematuras ou relativamente precoces.
Ninguém investiga e os jornalistas aceitam as declarações da FEB como se fossem carneirinhos. Isso não é função do jornalista. Se não se aceita sempre as abordagens e opiniões da OAB, do STF, do Ministério Público, temos que aceitar as da FEB? Não há o menor questionamento? Aceita-se que Chico Xavier, que cometeu explicitamente desvios doutrinários graves, seja visto como 'o maior discípulo' de Kardec?
Se qualquer um ler um livro de Kardec, verá que os desvios doutrinários que ele alertou com décadas de antecedência correspondem exatamente às atitudes de Chico Xavier. Até sofrer influência de espírito autoritário, como Emmanuel, entendido como um ato de profunda inferioridade moral.
Jornalista não é para dizer amém. Se existem veículos que atendem a interesses comerciais, tudo bem se compreende. Mas a imprensa com um mínimo de senso investigativo não se pode levar pelas paisagens floridas que se insere a foto de Chico Xavier nos memes débeis-mentais que se colocam nas redes sociais, antros de burrice e estupidez que já influíram negativamente até no cenário político.
A imprensa tem que questionar. Se os jornalistas do mundo inteiro não tratam o Vaticano católico como "vaca sagrada", por que temos que fazer isso com a FEB? Não, nada disso. A FEB tem uma oigem roustanguista que merece ser investigada e a trajetória de Chico Xavier carrega até uma suspeita de "queima de arquivo", devido à morte suspeita do sobrinho Amauri, que ameaçou denunciar o 'movimento espírita'.
Vamos ter um pouco mais de semancol, porque reportagens chapa-branca como até a BBC Brasil fez não são admissíveis. É vergonha se sujeitar à fascinação religiosa, sobretudo de uma figura badalada, porém preocupantemente irregular, como Chico Xavier. Espera-se que venham reportagens investigativas e não propagandas da FEB fantasiadas de jornalismo".
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