Espiritismo brasileiro coopta as esquerdas para enfraquecê-las


EM QUE PESE SIMBOLOGIAS OPOSTAS, CHICO XAVIER E JAIR BOLSONARO SÃO MUITO IDÊNTICOS EM ASCENSÃO PESSOAL E IDEIAS ULTRACONSERVADORAS.

É bom jair se acostumando. Francisco Cândido Xavier, Chico Xavier, sempre foi um reacionário.

A pessoa tomada de pensamento desejoso, manipulada pela propaganda que adocica a imagem pessoal do "médium", tenta moldar o perfil de Chico Xavier não como ele havia sido, mas como seu adepto gostaria que fosse.

Paciência. Ídolos religiosos costumam ser reacionários, salvo exceções. E Chico Xavier demonstrou em várias ocasiões, pelas palavras dele e sob provas consistentes, que era um reacionário de apetite bolsomínion bastante aguçado.

Ele só não era a favor da violência nem de explosões de ódio. Mesmo assim, isso nunca faria de Chico uma pessoa progressista.

Afinal, ele defendia o aumento da carga horária do trabalho, o projeto pedagógico da Escola Sem Partido e até mesmo a cura gay.

A pessoa lê as pressas as frases de Chico Xavier e não tem ideia da pauta reacionária que ele sempre defendeu.

E seu reacionarismo é confirmado pelo fato de que suas raízes familiares sempre foram ultraconservadoras e as sociedades de Pedro Leopoldo e Ueberaba sempre foram desse nível, em moldes medievais.

As pessoas se chocam, se recusam a admitir e querem um "Chico Xavier" conforme as vontades e os desejos delas, o que não se pode admitir. A liberdade da fé não pode ser o vale-tudo em que um ídolo religioso seja moldado como se fosse uma massinha de modelar.

No programa Pinga Fogo, da TV Tupi, Chico Xavier eliminou qualquer dúvida sobre seu reacionarismo.

E, lendo com mais atenção o texto de Emmanuel (ou Chico Xavier), se percebe que o "apoio ao comunismo" é falso, pelos contextos ocultos pela "generosa" mensagem.

Na verdade, o Espiritismo brasileiro sempre foi ultraconservador, mas nunca assumiu por medo de pegar mal com isso.

E, só para lotar as "casas espíritas", a religião igrejeira e medieval sempre tentava atrair a confiança (ou melhor, a credulidade) de setores das esquerdas.

O falso apoio do "movimento espírita" ao esquerdismo se sustentava por ideias frágeis, por simbologia de fachada: ideias soltas como "pobreza", "futurismo", "fraternidade", "paz" e "justiça" eram ventiladas como iscas para atraírem as forças progressistas.

O objetivo é obter o apoio para, depois desse "acolhimento", fazer proselitismo e enfraquecer as esquerdas.

Envolvidos com o Espiritismo brasileiro, os esquerdistas então "aprendem" pautas ultraconservadoras que, pouco a pouco, desfazem os ímpetos progressistas.

"Aprendem" que se deve aceitar o sofrimento calado, em vez de reclamar e exercer o pensamento crítico.

"Aprendem" que o trabalho exaustivo tem que ser aceito, porque "é um desígnio de Deus".

"Aprendem" que não devem ser mobilizar por melhores condições de vida, bastando a prece em silêncio e a conformação com as limitações.

"Aprendem" que não se deve "dar demais aos pobres", dando preferência a uma "caridade paliativa" que não mexa nos privilégios das elites.

"Aprendem" que não se deve lutar contra os abusos dos privilegiados, porque eles estão "sob os cuidados de Deus".

"Aprendem" que não se deve debater a realidade na sala de aula, local "sagrado" apenas para ensinar a leitura, a escrita, o trabalho e o desenvolvimento da fé cristã.

"Aprendem" que trabalhadores não devem processar judicialmente os patrões, mas falar com eles, aceitando seus lucros abusivos e apenas negociando para ter apenas uns centavos a mais no salário minguado que recebem.

"Aprendem" que, com o negociado sobre o legislado nos acordos trabalhistas, patrões e empregados são "regidos pelas leis cristãs" e não mais pela Justiça do Trabalho.

Tantos valores ultraconservadores que são inseridos "com jeitinho" pelos ditos espíritas, que se dizem "solidários" aos esquerdistas mas condenam quase todas as suas práticas.

De que adianta "defender" uma causa no enunciado, se nas entrelinhas se combate essa mesma causa com mil artifícios sutis?

As pessoas se impressionam com a embalagem e acham que Espiritismo brasileiro e esquerdismo caminham no mesmo lado.

Ah, quanta ingenuidade!!

Depois leem um texto de Chico Xavier ou Emmanuel falando que se deve aceitar a carga horária excessiva porque ela é "desígnio de Deus" e fica chocada quando se fala que o "médium", se vivo fosse, apoiaria Jair Bolsonaro.

Ora, se até Djavan apoiou Jair Bolsonaro, quanto mais Chico Xavier, que tinha trajetória arrivista semelhante à do ex-capitão e ambos defendiam os mesmos valores ultraconservadores!

Até os lemas são surpreendentemente parecidos: "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" e "Brasil, Acima de Tudo, Deus, Acima de Todos" possuem o mesmíssimo apelo semântico.

Temos que parar de sermos ingênuos. Não é por ser agradável a fé religiosa que vamos fazer com que seus ídolos sejam conhecidos pelo prisma da fantasia.

"Médiuns" tem opiniões e, infelizmente, elas são bem conservadoras e reacionárias, até pela natureza igrejeira e medieval que o Espiritismo brasileiro tem, pela influência explícita do Catolicismo jesuíta.

Não podemos nos iludir e fazer o pensamento desejoso relativizar tudo o que quiser, fazendo o desejo resistir às revelações dolorosas da realidade.

O "olhar do coração" cega e sonhar demais pode fazer as pessoas caírem das nuvens e levarem uma dolorosa queda no chão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Chico Xavier abençoou João de Deus sem pressentir seu perigo

Espiritismo brasileiro passou a defender Jair Bolsonaro?

Missivista reclama do moralismo retrógrado dos pais e da sociedade