João de Deus não foi só um tarado, foi também um charlatão
Preocupa uma certa postura na qual o escândalo do suposto médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, se limita tão somente aos assédios sexuais.
Embora ele se diga inocente, esses casos de assédio mostram indícios de provas, e o Ministério Público já pediu a prisão preventiva do religioso de Abadiânia, Goiás.
O caso é gravíssimo, sim, a ponto de afetar no turismo da cidade goiana, que pode ser prejudicado com o episódio.
Mas temos que levar em conta outros aspectos, que nem mesmo a mídia de esquerda, que se coloca como diferencial à conservadora mídia dominante, consegue admitir.
Primeiro, porque João de Deus é rico e latifundiário, tendo uma aberrante extensão de terras que, nas atuais dimensões de Goiás, é estarrecedora, pois equivale a 18 Parques do Ibirapuera.
Segundo, porque a "mediunidade" de João de Deus é irregular e feita ao arrepio da ciência médica.
É um paradigma de "cirurgia espiritual" que contém métodos duvidosos e apresenta falhas até na higiene.
Ela consiste num ritual em que uma parte do corpo, geralmente o abdome, é perfurada por uma faca ou tesoura, velha e suja, e retira-se um caroço, geralmente do tamanho do de um abacate, que se atribui a um suposto câncer.
João de Deus já teve outros precursores: o mais famoso deles, Zé Arigó, se celebrizou por dizer receber o espírito de um médico alemão atuante na Primeira Guerra Mundial, Adolf Fritz, o "dr. Fritz".
João de Deus é investigado por charlatanismo e exercício ilegal da medicina. Mas outras acusações já se pesaram contra ele, inclusive um suposto mando de um assassinato.
O que também se deve levar em conta é que há muitos outros escândalos envolvendo "médiuns espíritas", inclusive literatura fake, entre outros aspectos.
José Medrado, por exemplo, tem aspectos sombrios, como o superfaturamento com a caridade, o uso irregular de um terreno para construir a "Cidade da Luz" e práticas de machismo e gordofobia durante suas piadas contra louras e gordinhas nas suas palestras de terças-feiras.
Divaldo Franco, além do seu reacionarismo, não consegue ser sutil em suas falsas psicografias, porque todas elas têm um estilo grosseiramente único, que é o dele.
Mas o fato de Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, aparentemente ter "diversificado" estilos em suas supostas psicografias (feitas com ajuda de terceiros, vale lembrar), não significa que elas são autênticas.
Muito pelo contrário, essas obras se mostram claramente fake, com muitas comprovações.
O medo é que os escândalos cheguem à lembrança póstuma dos antigos escândalos que Chico Xavier produziu, mas dos quais tentou sair pela tática do vitimismo.
Ainda haverá muitos escândalos a explodir nos bastidores do Espiritismo brasileiro, que surgiu traindo Allan Kardec ao acolher a deturpação roustanguista.
Para quem não está acostumado com tais escândalos, aconselha-se estoques de lenços de papel ou a aquisição de um lenço de algodão, porque as lágrimas serão intensas e copiosas.
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