A perigosa persistência da visão fantasiosa que blinda Chico Xavier



Diante de revelações desagradáveis em torno de Francisco Cândido Xavier, que mostram a verdadeira face de uma figura ultraconservadora, seus partidários tentam apelar.

Com as provas de seu ultraconservadorismo, em seus livros e nas declarações no programa Pinga Fogo, da TV Tupi de São Paulo, em 1971, os chiquistas têm uma carta na manga.

A ideia é tentar vasculhar alguns textos tardios, dos anos 1980 ou 1990, ou trechos agradáveis de sua famosa bibliografia "mediúnica", e caprichar na interpretação fantasiosa e no pensamento desejoso.

Assim, tentarão, através de uma abordagem leviana de ideias trazidas por Chico Xavier, manter a imagem falsamente progressista a ele oficialmente atribuída.

Caprichando nos apelos emocionais que reforçam a falácia que querem trabalhar, os chiquistas tentarão desvincular Chico Xavier de sua própria imagem realista, mantendo sempre a visão adocicada e idealizada de sua pessoa.

Os chiquistas pretendem fazer isso assim que a "tempestade passar" e "se esgotarem" os textos que, de maneira mais realista e objetiva, associam Chico Xavier a Jair Bolsonaro mediante um farto fundamento de provas e argumentos.

Essa manobra tentará devolver a supremacia da fantasia sobre a realidade, retomando a imagem de Chico Xavier como uma "fada-madrinha" da vida real.

Serão "pescados" textos tardios ou alguns depoimentos dos tempos de velhice, que, interpretados de maneira tendenciosa, através de argumentos sofistas, reciclam o mito de Chico Xavier como um pretenso progressista, mascarando novamente seu notório conservadorismo.

Essa estratégia é feita para cooptar esquerdistas, ateus e críticos da deturpação espírita.

Até para recuperar as bases doutrinárias originais, usa-se esse apelo discursivo para tornar Chico Xavier "aproveitável" na hipótese de retomar a doutrina francesa original.

Isso não é possível, afinal, Chico Xavier foi um dos maiores deturpadores da história do Espiritismo, tendo praticamente desfigurado o legado kardeciano com igrejismo medieval.

Até mesmo desculpas como "tolerância" e "misericórdia" são feitos, para que se combata a deturpação e mantenha o deturpador.

Essa visão fantasiosa, idealizada, motivada pelas paixões religiosas, exercida pelo pensamento desejoso e inspirada na fascinação obsessiva, tentam proteger o "médium" que sempre foi o "rei Midas" da FEB, devido à facilidade de vender livros.

São interesses comerciais que estão em jogo, além do desejo de supremacia religiosa do igrejeiro Espiritismo brasileiro.

Muitos se esquecem que o lema "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" revelou seu verdadeiro significado em sua tradução mais exata.

Essa tradução é o lema de Jair Bolsonaro: "Brasil, acima de tudo, Deus, acima de todos".

São dois arrivistas que, ultraconservadores, acabam unindo suas sintonias vibratórias. E é isso que o pensamento desejoso dos chiquistas não quer que as pessoas saibam, pondo risco ao projeto teocrático das religiões neoconservadoras (neopentecostais e "espíritas").

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