Sonhamos com os "médiuns" e o Brasil agora está sob risco de um pesadelo
JAIR BOLSONARO E GENERAL MOURÃO - RISCO DO BRASIL VIVER DÉCADAS SOB O REGIME FASCISTA, INAUGURADO SOB O APARATO DO VOTO LIVRE.
Muitos brasileiros, como na estória de Peter Pan, foram sobrevoar jardins floridos, sob o céu azul, liderados por Chico Xavier.
Adultos e até idosos, de repente, criaram um espaço onde o "mundo da fantasia" criava uma suposta realidade, um terreno onde a lógica e o bom senso eram proibidos de entrar.
A desculpa era que "é necessário ouvir a voz do coração" ou "tem certas coisas que passam pela razão humana que a lógica se mostra incapaz (sic) de explicar".
Ou, mais ainda: "tem vezes que a gente para para pensar e vê que o coração está acima da razão".
São alegações emocionais, que muita gente acha linda, e que pega desprevenidas muitas pessoas que se dizem com algum esclarecimento lógico.
Isso é bom? Não, isso é horrível, sobretudo por conta desse apelo piegas que tais ideias emotivas e sentimentalistas possuem.
Essa catarse emocional impede que muitos percebam o quanto o Espiritismo brasileiro foi cruelmente deturpado.
Ela também impede que percebamos o quanto a mídia hegemônica e oligárquica, em associação a interesses espúrios diversos, produzem ídolos e fabricam consensos com um discurso habilidoso e verossímil.
Como o Brasil anda preso em abordagens e pontos de vista viciados.
Cria-se uma "perfeição" da imperfeição, endeusando pessoas que cometem erros graves mas, pelo prestígio que carregam, são dispensadas de sofrerem consequências drásticas.
Pessoas ricas, poderosas ou religiosas podem cometer graves deslizes, mas elas são absolvidas. Pior, através desses atos, há quem acredite que os privilegiados são "gente como a gente".
Quanta ingenuidade existe! Quantas zonas de conforto, quantos pontos de vista nos quais as convicções pessoais se apegam porque soam mais agradáveis!
E aí passamos mais de 40 anos acostumados a endeusar os supostos médiuns como se eles fossem as "fadas-madrinhas" do mundo real.
Justamente os "médiuns" que, de maneira vergonhosa, publicaram obras que contrariam, de maneira frontal, os ensinamentos originais da Doutrina Espírita.
As pessoas não percebem o quanto o "igrejismo", manifesto por "mensagens bonitas", é na verdade um desvio criminoso da lógica e do bom senso trazidos pela Doutrina Espírita original.
Sim, isso mesmo. Chico Xavier e Divaldo Franco contrariando de maneira vergonhosa os postulados espíritas.
Ninguém percebe, porque está inebriado e seduzido pelo "balé das palavras" de suas mensagens.
Quanta ingenuidade, repetimos! E aí as pessoas vivem presas nesse mundo de fantasia em que as ideias de "paz" e "fraternidade" se reduzem ao entretenimento fácil e viciado das palavras.
Enquanto as palavras se prendem na coreografia dos vocábulos, no malabarismo espetacular das retóricas, o ódio sai do papel, derruba barreiras, ameaça conquistar até o Palácio do Planalto.
Muitos se comportam como idiotas. Leem um texto de Chico Xavier sobre "paz" e as pessoas, em "efeito manada" nas mensagens na Internet, dizem que "é preciso praticar a paz".
Todos concordam. Todos dizem a mesma coisa. Mas ninguém pratica. A não ser a paz do consentimento passivo das desigualdades de interesses.
O próprio ideário de Chico Xavier, baseado na Teologia do Sofrimento, pregava a "paz" do sofredor aconselhado a suportar calado suas próprias desgraças e a consentir com os abusos dos algozes.
A ideia é esperar de braços cruzados, ou trabalhar feito um escravo, para superar as desgraças, além de orar (desde que em silêncio) e esperar que as desigualdades sejam resolvidas por Deus, não se sabe como ou quando.
Esse ideário conservador possui uma retórica tão atraente que até esquerdistas e ateus caem facilmente nesse discurso, sem perceber o ultraconservadorismo de Chico Xavier.
E é isso que faz com que o Brasil caminhe para o abismo em que se encontra, quando Jair Bolsonaro, com motivos que escapam de qualquer senso lógico, torna-se o "favorito" para ser eleito presidente do Brasil.
Não há motivos sequer para Bolsonaro sonhar com o segundo turno. Seu perfil se equipara ao de um candidato que nunca sairia, quando muito, dos 5% de preferência do eleitorado.
Ele é um político retrógrado, temperamental, inseguro, sem propostas consistentes ou, quando muito, com projetos nocivos para o povo brasileiro, e é marcado por posturas sombrias como a defesa do porte de armas, o machismo e o racismo.
E é assustador o quanto aqueles que se cercam em torno de Jair Bolsonaro, como o filho Flávio, o vice-candidato general Hamilton Mourão e o economista Paulo Guedes, agem como se estivessem certos de que Bolsonaro será eleito.
Isso é assustador. É como se estivéssemos no final de um pesadelo, na qual os acontecimentos parecem fora de controle.
É certo que o suposto favoritismo de Jair Bolsonaro é fake, movido mais por sensacionalismo do que pelo potencial natural do candidato do PSL, que demonstrou não ser sequer confiável para ser eleito presidente do Brasil.
Começa-se a denunciar que as pesquisas de intenção de voto são "compradas" pelo lobby do economista Paulo Guedes, muito bem relacionado com o empresariado e o mercado financeiro e cujo histórico inclui trabalhos com a equipe econômica do ditador Augusto Pinochet, no Chile.
Também se denuncia a ação, aparentemente massiva, de internautas agressivos que, em grupos, publicam mensagens em "quantidade industrial" com apelos favoráveis a Bolsonaro, com bordões do tipo "É bom jair acostumando: Bolsonaro Presidente", "Não tem outra, é Bolsonaro 17", "Engolem essa: Bolsonaro ganhando de barbada no Primeiro Turno" etc.
Esses internautas agem "profissionalmente" e possuem até identidades fake que se multiplicam artificialmente, dando a crer que uma "grande multidão" está apoiando Jair Bolsonaro na Internet.
São pegadinhas que podem manipular o eleitorado que, movido pelo apelo falsamente popular do ex-capitão do Exército, pode morder a isca e eleger um possível ditador.
Pior: no caso do ex-capitão, que, de forma surreal, tem um general como vice, ocorrer que o vice arme um golpe, na hipótese de ocorrerem intensas convulsões sociais.
O mais grave é que essas convulsões são um risco muito pior: se com Temer se viram "cidadãos de bem" cometendo homicídios, matando até familiares e cônjuges, isso pode se intensificar com Bolsonaro no poder.
Será um pretexto para o general Mourão armar um golpe e instalar uma ditadura sem limites de atuação e de mandato.
Os bolsonaristas ficam tranquilos com a aparente sorte de Jair Bolsonaro derrubar barreiras: processos judiciais, desempenho nas pesquisas, problemas de saúde após receber uma facada, etc.
Os adeptos de Jair Bolsonaro se encontram na certeza absoluta de que Jair ganhará tudo e todas, mas os brasileiros vão dormir alegres e felizes sem saber do pesadelo que terão, não durante o sono, mas depois de acordarem.
Bolsonaro é defendido pelo que há de mais sórdido na sociedade brasileira, como machistas, coronelistas, valentões de Internet, brigões em geral, neo-nazistas e especuladores financeiros, só para citar alguns.
Será que o brasileiro que busca dignidade vai aceitar que uma figura dessas chegue ao segundo turno ou seja eleita no primeiro turno?
Esse é o preço de sonhar com ídolos postiços, mandando a realidade às favas e comprando gato por lebre, acreditando que "médiuns" deturpadores da Doutrina Espírita são "discípulos de Kardec".
Agora, próximo à chamada "data-limite" de 2019, o Brasil tem a oportunidade de saber o verdadeiro sentido do lema "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho".
Trata-se de um lema fascista.
O lema que Chico Xavier alegou vir (falsamente) do espírito Humberto de Campos é, na verdade, um lema bolsonarista:
"Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" quer dizer "Brasil, acima de tudo, Deus acima de todos".
Será a tempestade que virá depois da bonança do sonho dourado com os "médiuns" inseridos em paisagens floridas e celestiais. Vamos lutar para evitar isso.
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