Quem vai informar sobre a deturpação espírita na mídia?

O Espiritismo brasileiro é deturpado, a doutrina que prevalece no Brasil desfigurou a essência do original francês.
Há, é claro, gente esforçada em desenvolver um Espiritismo próximo à doutrina francesa original.
Mas esse pessoal é minoritário e, praticamente, não é ouvido pela sociedade.
Por outro lado, a dissimulação dos igrejistas do Espiritismo à brasileira faz com que muitos finjam expressar fidelidade doutrinária, e muitos acreditam nessa lorota.
Afinal, de que adianta dizer que honra os ensinamentos de Allan Kardec se o conteúdo é do mais explícito e escancarado igrejismo?
Infelizmente, pouca gente sabe sobre a deturpação do Espiritismo feita no Brasil.
Mesmo quem poderia lançar questionamentos acredita na narrativa oficial que mais parece obra de ficção.
Nessa narrativa, se supõe, de maneira simplista, que Kardec codificou a Doutrina Espírita que, se fundindo com o sentimento brasileiro de religiosidade, se deu no Espiritismo igrejista que supostamente "está de acordo com os ensinamentos espíritas originais".
A deturpação é, oficialmente, apenas uma "evolução natural" do legado kardeciano e muita gente acredita nessa mentira descarada.
Pior: "médiuns" como Chico Xavier e Divaldo Franco são vistos como "aproveitáveis" até diante de algum esforço de recuperação das bases doutrinárias, o que é muito perigoso.
É como se chamássemos as raposas para reconstruir o galinheiro.
Dos anos 1970 para cá, o Espiritismo brasileiro pós-Wantuil prometeu recuperar as bases doutrinárias, e não são poucos os oportunistas que, com muita hipocrisia, estufam o peito e pedem aos seguidores "não apenas conhecer Kardec, mas vivê-lo no dia a dia".
Só que o "Kardec" que eles acreditam é um sacerdote presente em traduções deturpadas, como as de Guillón Ribeiro e Salvador Gentile.
As pessoas ficam indiferentes até aos alertas de que o Espiritismo que se tem no Brasil é uma grave traição aos ensinamentos originais do pedagogo francês.
Pior: os seguidores de Chico Xavier e Divaldo Franco permanecem na zona de conforto de ler suas frases curtas que circulam nas redes sociais.
Desconhecem ou, quando muito, subestimam que seus livros são verdadeiras atrocidades anti-doutrinárias, até porque elas são dissimuladas pelas "mensagens positivas" que anestesiam muita gente.
Não sabem que isso não é atenuante, mas agravante, porque isso, aliás, já havia sido advertido pelo próprio Kardec em O Livro dos Médiuns.
Concordando com as mensagens do espírito Erasto, Kardec publicou o alerta do discípulo de Paulo (o São Paulo dos católicos), que afirmava que as obras deturpadoras poderiam, às vezes, trazer "coisas boas", mas recomendou, neste caso, grande cautela.
Segundo Erasto, é justamente aí que as mensagens apresentam conceitos estranhos aos ensinamentos espíritas originais, fugindo da lógica e do bom senso.
Embora isso soe desagradável a muitos brasileiros, as obras de Chico Xavier e Divaldo Franco são desprovidas de qualquer lógica e bom senso.
São obras igrejeiras, livros de auto-ajuda travestidos de diversos gêneros literários, e das quais se identifica apelos moralistas típicos do Catolicismo medieval.
Mesmo as alegações de que o Espiritismo brasileiro "superou o Catolicismo medieval" são tão falsas quanto dissociar o cenário político de hoje de qualquer aceno golpista inspirado na ditadura militar.
Devemos lembrar que, desde 2016, tivemos retrocessos nas políticas econômicas e sociais que, embora de aparato democrático-legalista, seriam dignos do governo do general Ernesto Geisel, considerado "ideal" para a sociedade que retomou o poder há dois anos.
As obras de Chico e Divaldo não podem ser consideradas aceitáveis porque são agradáveis.
Afinal, os livros de Chico e Divaldo, tendenciosamente atribuídos a autores mortos, são verdadeiros acintes à essência doutrinária original.
Elas são vergonhosas porque, por mais agradáveis que pareçam, revelam uma violenta desonestidade intelectual.
Nos livros de Chico Xavier, há inclusive vergonhosos erros históricos, de fazer qualquer historiador com um mínimo de informação arrancar os cabelos.
Não é porque apresentam mensagens supostamente positivas e pretensas lições de vida que esses livros possam ser válidos. "Mensagens de amor" nunca legitimam livros marcados por essa aberrante e vergonhosa desonestidade intelectual.
Temos que denunciar a deturpação espírita, mas como fazê-lo, se a chamada mídia alternativa também mostra surtos de fascinação obsessiva em prol de Chico Xavier?
Talvez fosse preciso resistir a essa fascinação obsessiva, que não possui a menor motivação nem a menor necessidade.
A adoração a Chico Xavier é uma perda de tempo que não traz a menor utilidade para as pessoas.
Se elas querem bons exemplos, que procurem desenvolver nelas mesmas, sem que se atribua pretensos símbolos de bondade e outras virtudes humanas a uma pessoa que, por sinal, foi reacionária em todo o seu tempo e cometeu traições gravíssimas ao Espiritismo que dizia representar.
Sair da fascinação obsessiva é um passo para abrir mão da complacência fácil e reconhecer que as traições doutrinárias em relação ao Espiritismo francês não foram acidentais nem inofensivas, trazendo sérios danos para a verdadeira compreensão dos ensinamentos espíritas originais.
Pior: "médiuns" como Chico Xavier e Divaldo Franco são vistos como "aproveitáveis" até diante de algum esforço de recuperação das bases doutrinárias, o que é muito perigoso.
É como se chamássemos as raposas para reconstruir o galinheiro.
Dos anos 1970 para cá, o Espiritismo brasileiro pós-Wantuil prometeu recuperar as bases doutrinárias, e não são poucos os oportunistas que, com muita hipocrisia, estufam o peito e pedem aos seguidores "não apenas conhecer Kardec, mas vivê-lo no dia a dia".
Só que o "Kardec" que eles acreditam é um sacerdote presente em traduções deturpadas, como as de Guillón Ribeiro e Salvador Gentile.
As pessoas ficam indiferentes até aos alertas de que o Espiritismo que se tem no Brasil é uma grave traição aos ensinamentos originais do pedagogo francês.
Pior: os seguidores de Chico Xavier e Divaldo Franco permanecem na zona de conforto de ler suas frases curtas que circulam nas redes sociais.
Desconhecem ou, quando muito, subestimam que seus livros são verdadeiras atrocidades anti-doutrinárias, até porque elas são dissimuladas pelas "mensagens positivas" que anestesiam muita gente.
Não sabem que isso não é atenuante, mas agravante, porque isso, aliás, já havia sido advertido pelo próprio Kardec em O Livro dos Médiuns.
Concordando com as mensagens do espírito Erasto, Kardec publicou o alerta do discípulo de Paulo (o São Paulo dos católicos), que afirmava que as obras deturpadoras poderiam, às vezes, trazer "coisas boas", mas recomendou, neste caso, grande cautela.
Segundo Erasto, é justamente aí que as mensagens apresentam conceitos estranhos aos ensinamentos espíritas originais, fugindo da lógica e do bom senso.
Embora isso soe desagradável a muitos brasileiros, as obras de Chico Xavier e Divaldo Franco são desprovidas de qualquer lógica e bom senso.
São obras igrejeiras, livros de auto-ajuda travestidos de diversos gêneros literários, e das quais se identifica apelos moralistas típicos do Catolicismo medieval.
Mesmo as alegações de que o Espiritismo brasileiro "superou o Catolicismo medieval" são tão falsas quanto dissociar o cenário político de hoje de qualquer aceno golpista inspirado na ditadura militar.
Devemos lembrar que, desde 2016, tivemos retrocessos nas políticas econômicas e sociais que, embora de aparato democrático-legalista, seriam dignos do governo do general Ernesto Geisel, considerado "ideal" para a sociedade que retomou o poder há dois anos.
As obras de Chico e Divaldo não podem ser consideradas aceitáveis porque são agradáveis.
Afinal, os livros de Chico e Divaldo, tendenciosamente atribuídos a autores mortos, são verdadeiros acintes à essência doutrinária original.
Elas são vergonhosas porque, por mais agradáveis que pareçam, revelam uma violenta desonestidade intelectual.
Nos livros de Chico Xavier, há inclusive vergonhosos erros históricos, de fazer qualquer historiador com um mínimo de informação arrancar os cabelos.
Não é porque apresentam mensagens supostamente positivas e pretensas lições de vida que esses livros possam ser válidos. "Mensagens de amor" nunca legitimam livros marcados por essa aberrante e vergonhosa desonestidade intelectual.
Temos que denunciar a deturpação espírita, mas como fazê-lo, se a chamada mídia alternativa também mostra surtos de fascinação obsessiva em prol de Chico Xavier?
Talvez fosse preciso resistir a essa fascinação obsessiva, que não possui a menor motivação nem a menor necessidade.
A adoração a Chico Xavier é uma perda de tempo que não traz a menor utilidade para as pessoas.
Se elas querem bons exemplos, que procurem desenvolver nelas mesmas, sem que se atribua pretensos símbolos de bondade e outras virtudes humanas a uma pessoa que, por sinal, foi reacionária em todo o seu tempo e cometeu traições gravíssimas ao Espiritismo que dizia representar.
Sair da fascinação obsessiva é um passo para abrir mão da complacência fácil e reconhecer que as traições doutrinárias em relação ao Espiritismo francês não foram acidentais nem inofensivas, trazendo sérios danos para a verdadeira compreensão dos ensinamentos espíritas originais.
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