O perigo maior por trás da ascensão de Jair Bolsonaro


ELES QUEREM DESTRUIR O BRASIL.

As forças sociais ligadas ao moralismo elitista e ao desejo de "higienização social" e proteção dos privilégios dos mais ricos estão em polvorosa.

Elas se empenham para que o fenômeno fabricado de Jair Bolsonaro e sua popularidade fake possa resultar na sua eleição para a Presidência da República, no primeiro e segundo turnos.

Isso é terrível, porque Bolsonaro (no momento se recuperando de um atentado no qual ele foi ferido por uma facada) é o representante das forças sociais mais retrógradas que atuam no Brasil.

Do valentão que humilha os outros na escola ou nas redes sociais da Internet ao burguês que deseja a desnacionalização da economia brasileira, todos estão com Bolsonaro.

Os jovens e os pobres, que parecem "excluídos" do establishment social, se iludem achando que Bolsonaro é a "salvação para o Brasil".

Existe até um lema: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Chico Xavier iria adorar.

O próprio Espiritismo brasileiro, embora não compartilhe com o discurso bélico do "mito", compartilha o mesmo imaginário moralista.

Retrocessos sociais, mais sacrifícios para os não-privilegiados, conformação com as adversidades, submissão à autoridade, tudo isso é o moralismo bolsonarista encarnado no Espiritismo brasileiro.

A aceitação das desgraças em silêncio e sem queixumes era a bandeira moralista de Chico Xavier.

Que religioso não desejariam os militares do DOI-CODI, para fazer extrema-unção dos torturados, que não fosse Chico Xavier?

Em seu tempo, Chico Xavier foi um mito construído de forma tão artificial quanto Jair Bolsonaro hoje.

Os contextos, evidentemente, são outros: Chico Xavier foi trabalhado para ser um suposto ativista social e pretenso filantropo, cuja "caridade" trazia resultados medíocres e não ameaçava os privilégios dos mais ricos.

Jair Bolsonaro é o "soldado" que supostamente vai combater a corrupção e arrumar o Brasil.

Evidentemente, Chico e Jair são marcados por irregularidades extremas.

De Chico, tem-se a mediunidade fake, que apresentava problemas de estilo e aspectos pessoais dos autores mortos alegados, a deturpação dos ensinamentos espíritas que apresenta desvios gravíssimos em relação à doutrina original.

De Jair, tem-se o autoritarismo extremamente rebelde, que fez com que Jair se envolvesse num plano terrorista no passado, e também as grosserias dos comentários e atitudes do candidato do PSL.

Ambos também se ascenderam por um lobby bastante engenhoso que uniu diversos setores das elites brasileiras para promover, desenvolver e consolidar uma popularidade artificialmente forjada.

Muitos imaginam que a "luminosidade" de Chico Xavier é natural e foi dádiva de Deus, mas a adoração a ele nada seria se não fossem as atuações habilidosas de Antônio Wantuil de Freitas, Assis Chateaubriand e, de forma ainda mais decidida, Roberto Marinho.

No caso de Jair, o lobby se concentra principalmente pela articulação do economista Paulo Guedes, cotado para ser o ministro da Fazenda de Bolsonaro.

Tecnocrata retrógrado, Guedes é uma espécie de sub-Roberto Campos com o apetite ainda maior do que o falecido ex-ministro da ditadura militar.

Guedes, relacionado com empresários, com gente do mercado financeiro e banqueiros, está articulando um prestígio de Jair Bolsonaro no mercado.

Isso é perigoso, porque Bolsonaro, fascista, não é confiável para o mercado. E Paulo Guedes não é um supereconomista pronto para levar o Brasil ao desenvolvimento.

Ele é capaz de subornar institutos de pesquisa para fazer Bolsonaro "dormir" em generosas posições nas pesquisas de intenção de voto.

Guedes também é capaz de fazer tráfico de influência até ao Poder Judiciário, a ponto do TSE ter aprovado, por unanimidade, a candidatura de Bolsonaro, acreditando que ele é "inofensivo".

Bolsonaro é do tipo "morde e assopra", e agora ele tenta desmentir posturas agressivas de outrora.

Agora ele tenta desmentir machismo, racismo e até o apelo para "fuzilar toda a petralhada" (simpatizantes do PT) durante um comício no Acre ele disse que era "figura de linguagem".

É claro que existem também outros perigos por trás de Jair Bolsonaro. Deve haver um bom marqueteiro de campanha (do lobby de Paulo Guedes, é bom lembrar), que agora tenta oferecer uma imagem de Bolsonaro "agradável" tanto para empresários quanto para trabalhadores.

Há também o candidato a vice, general Hamilton Mourão, com forte apetite golpista e que, num governo Bolsonaro, governará o país durante as ausências do titular.

E há um dos filhos de Jair, Flávio Bolsonaro, que disputa um assento no Senado pelo Rio de Janeiro.

Flávio deve causar futuros estragos no Legislativo, que, assim como o Judiciário, anda promovendo inúmeros retrocessos sociais desde 2016.

Mas nada se compara ao lobby de Paulo Guedes, que compra o prestígio para seu candidato e atraiu o apoio de grandes empresas como Centauro, Riachuelo e Havan.

Isso é terrível. A popularidade fake de Bolsonaro, mesmo com ele também liderando índices de rejeição do eleitorado, é uma ameaça ao país.

Isso mostra o perigo que é produzir "mitos" (alusão ao apelido do candidato do PSL por seus seguidores) aqui e ali.

As pessoas são induzidas a adorar ou odiar as pessoas não por vontade própria ou pela natureza de qualidades e defeitos, mas porque um discurso produzido pela mídia incita a amores e ódios.

No caso da adoração, explora-se a catarse humana tanto para adorar um Chico Xavier quanto um Jair Bolsonaro.

Os dois parecem opostos. Mas não são.

No Pinga Fogo da TV Tupi, Chico Xavier pediu para os brasileiros orarem a favor dos militares, porque eles estavam fazendo do Brasil um "reino de amor" (?!).

Era 1971 e a ditadura estava pegando mais pesado ainda. E Brilhante Ustra era um dos militares que "faziam o reino de amor", com o sangue de muitos inocentes.

Ustra é um dos ídolos de Jair Bolsonaro.

E Chico Xavier, com seus apelos para "sofrer em silêncio e sem queixumes", se tornava um "AI-5 do bem", e hoje os "mitos" do "bondoso médium" e do "bravo presidenciável" se aproximam.

Chico Xavier também disse que a ditadura "foi necessária" para afastar o comunismo. Está nas declarações deles, esquerdistas!!

Jair Bolsonaro tenta parecer humanista, de um lado, e, de outro, Chico Xavier tem seu lado reacionário divulgado, desfazendo a imagem "meiga" e quase efeminada do "médium" mineiro.

No fundo, Jair Bolsonaro e Chico Xavier são a mesma coisa. Bolsonaristas e chiquistas deveriam dizer: "Somos Todos Um".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Chico Xavier abençoou João de Deus sem pressentir seu perigo

Missivista reclama do moralismo retrógrado dos pais e da sociedade

Pais imaginam que filhos só "fazem algo" quando é para outra pessoa