Adoração de Chico Xavier e Madre Teresa de Calcutá têm motivação comercial



A adoração que envolve os mitos pretensamente humanistas de Madre Teresa de Calcutá e Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, tem motivação meramente comercial.

Isso é bastante desagradável para se dizer, tamanhas as fantasias que se desenvolvem nessa adoração religiosa, espécie de "contos de fadas" para gente grande e até idosa.

Mas a realidade confirma, tamanho o conservadorismo que sempre foram as duas figuras, que oferecem um paradigma bastante conservador de caridade e dedicação ao próximo.

Esse paradigma consiste numa caridade de baixos resultados sociais, nas quais os pobres e necessitados são assistidos sem superar as relações de dominação da qual elas são vítimas do poder dominante.

É uma caridade que não ameaça os privilégios das elites nem livra os mais necessitados do processo de dominação a que eles estão sujeitos.

Portanto, é conversa mole, feita para boi dormir, essa ideia de que a "caridade" associada a esses ídolos religiosos tem por objetivo "transformar vidas". Muitos progressistas caíram nessa armadilha e dão consideração a essas duas figuras nada progressistas.

A adoração dada a Madre Teresa e Chico Xavier é uma forma de forjar um suposto ativismo social de cunho bastante conservador, que "alivia" a dor da pobreza sem "curar" a doença da miséria.

É um processo de "remediar os aflitos" sem "afiligir os remediados", mantendo as estruturas dominantes de privilegiados e poderosos.

O que os brasileiros não sabem é que, assim como Donald Trump e Jair Bolsonaro venceram por um colaborador comum, Steve Bannon, da Cambridge Analytica, Madre Teresa e Chico Xavier tem também uma raiz: o jornalista inglês Malcolm Muggeridge.

Ele criou um documentário sobre Madre Teresa de Calcutá, Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God), para forjar pretenso humanismo em prol de uma religiosa, acusada de maltratar os mais necessitados e desviar a grana da caridade para os cofres do Vaticano.

Esse pretenso humanismo era feito para enriquecer ainda mais o Vaticano, que santificou Madre Teresa atribuindo como segundo milagre uma intoxicação alimentar falsamente creditada como um câncer terminal.

Madre Teresa e Chico Xavier são verdadeiras "mercadorias" religiosas, e a adoração dada a eles, equivalente à do antigo velocino de ouro do tempo de Moisés, é uma espécie de consumo dessa histeria religiosa que ilude tanta gente, inclusive adulta e idosa.

Madre Teresa alimenta o turismo no Vaticano, as excursões religiosas em Calcutá e os cofres pomposos dos sacerdotes do Vaticano.

Chico Xavier alimenta o faturamento da cúpula da FEB com as vendas de seus livros.

Chico Xavier e Antônio Wantuil de Freitas combinaram secretamente que os livros "mediúnicos" seriam para os cofres da cúpula da FEB, embora oficialmente creditados para a "caridade".

Quando esse acordo foi revelado, em 1969, o esperto "médium" tentou tirar o corpo fora, fingiu coitadismo e disse "ter ficado muito triste" com a notícia.

É um comercialismo bastante dissimulado, porque é preciso desenvolver um verniz de humildade, gratuidade e outras falácias supostamente associadas a "conhecimento", "humanismo" e "fraternidade".

A ideia desse falso humanismo tenta ser tão verossímil que é comum enfiar qualquer um dos dois ídolos religiosos no balaio de gatos que se torna a galeria dos grandes humanistas.

Com isso, se junta Madre Teresa de Calcutá em galerias que incluem humanistas sérios que vão de artistas como Charlie Chaplin a pessoas como Martin Luther King e Mahatma Gandhi.

No caso de Chico Xavier, se joga ele ao lado de pessoas como Paulo Freire, Dom Paulo Evaristo Arns e outras personalidades ligadas ao ativismo social sério.

Nessa galeria em que se juntam ovelhas e lobos num rebanho ou galos e raposas no galinheiro, se desenvolve uma ideologia na qual apelos emocionais são superestimados e perigosamente acentuados.

Ainda vamos questionar muito as paixões religiosas, cujas armadilhas tentaram nos cegar até para os abusos do "médium" João de Deus.

Quanta cegueira traz o "olhar do coração", com seus apelos que entorpecem as pessoas com apelos supostamente belos, como nos antigos "cânticos de sereias" da Odisseia de Homero.

Vergonhosamente, os brasileiros caem como patos nas armadilhas das paixões religiosas que, pasmem, são blindadas por muita gente espalhada na Internet se passando por "esclarecida" e "imparcial".

São as cegueiras emocionais que se tornam o caminho da perdição, e que fazem muitos esquecerem que tem até gente por trás faturando em cima da idolatria religiosa.

Esse enriquecimento não é uma perversão acidental em cima de "pessoas do bem", pois elas mesmas fazem parte desse negócio que rende dinheiro através da exploração da emotividade alheia.

Quanto mais as pessoas se "masturbam com os olhos", se divertindo com o sofrimento alheio ao ouvir as ditas "estórias de fé e superação" e causando o êxtase religioso da comoção fácil, mais gente fatura por trás desse espetáculo da religiosidade reduzida a um perigoso entretenimento.

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