Qualidade espiritual das elites brasileiras remete ao Império Romano ou a Idade Média



Não é fácil definir reencarnações humanas, e a falta de estudos sérios, combinada ao abuso de vaidades pessoais, só complica essa situação, quando "médiuns" ficam atribuindo para si encarnações ilustres que variam de sacerdotes a cientistas.

Da mesma forma, também não é o sofrimento humano que traz o diagnóstico da falha cometida, suposto motivo da desgraça atual, diante da falta de estudos sérios e do juízo de valor movido pelo Espiritismo brasileiro.

Mas dá para supor, pela qualidade espiritual de muitos brasileiros influentes, mesmo no mal, de que o Brasil está sendo "dominado" por espíritos com o nível equiparado ao de aristocratas ou miseráveis da Idade Média ou do período do auge do Império Romano.

Os assassinos de classe média ou alta, por exemplo, remetem aos aristocratas romanos, que "resolviam" desavenças pessoais pela morte, e mesmo conflitos conjugais eram resolvidos pela espada.

Personalidades como Antônio Pimenta Neves, Guilherme de Pádua, Darly Alves e seu filho Darcy Alves e Suzane Von Richtofen mais parecem fósseis sobreviventes de algum período anterior, em séculos, ao nascimento de Jesus.

O Brasil é um país estranho no qual, morrendo todo tipo de gente, no entanto se tem medo de ver morrer feminicidas, mesmo que eles estejam comprovadamente sob grave enfermidade.

Temos também uma Justiça irregular, tendenciosa e parcial, simbolizada por figuras diversas como Sérgio Moro, Carmen Lúcia, Luiz Roberto Barroso, João Pedro Gebran Neto e Deltan Dallagnol. Ou, num outro contexto, Gilmar Mendes e Rosa Weber.

Uma Justiça que não atua de forma objetiva, mas visando jogos de interesses particulares diversos, agindo, se for preciso, ao arrepio de receituários jurídicos respeitáveis como a Constituição Federal.

Essa Justiça também remete às práticas irregulares das autoridades do Império Romano, extremamente rígidas conforme as conveniências.

Temos um cenário político no qual predomina a corrupção, que, pasmem, vem justamente daqueles que dizem "contra a corrupção", como políticos liberais (tipo os do PSDB e MDB) ou fascistas (como Jair Bolsonaro).

Eles seguem tanto o perfil tirânico do Império Romano quanto o da Idade Média.

O próprio Jair Bolsonaro se tornou um grande ídolo político porque no Brasil prevalece a visão medieval.

Temos uma visão confusa do que é soberania e emancipação do Brasil.

Fala-se que o Brasil tem que ter um lugar de destaque no planeta, mas ao mesmo tempo se defende o fim da soberania brasileira.

O mais grave é que esse fim não se dá só vendendo ou ameaçando vender empresas - a Petrobras, a Eletrobras e o Banco do Brasil estão na lista macabra - , mas de entregar serviços de tecnologia aeronáutica, espacial e de vigilância por satélite a empresas estrangeiras, favorecendo a espionagem.

Temos religiões calcadas no legado medieval, da qual são exemplos no Brasil de hoje as seitas pentecostais (como a Igreja Universal do Reino de Deus) e o Espiritismo brasileiro.

As seitas pentecostais são um desvirtuamento do protestantismo religioso com práticas e visões que remetem ao obscurantismo da Idade Média.

São religiões de moralismo extremamente rígido e hostil às transformações sociais dos últimos tempos, e cujo apelo popular fez se formar a tirânica "bancada evangélica" do Poder Legislativo.

O Espiritismo brasileiro só é moderno e humanista na embalagem. Mas seu conteúdo também não é menos medieval que os evangélicos.

Não é invenção. Desde que Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier, evocou o padre Manuel da Nóbrega (jesuíta e medieval), rebatizado Emmanuel, o Espiritismo que se faz no Brasil rasgou as lições originais do Espiritismo francês.

O Espiritismo brasileiro, pelo seu próprio conteúdo, virou a versão repaginada do antigo Catolicismo medieval que foi introduzido no Brasil nos primeiros séculos de existência.

É uma religião com moral punitivista, mas que também se sustenta com práticas fake ligadas à suposta mediunidade, como falsas pinturas e literatura psicográficas, cujo conteúdo de "mensagens positivas" garante a permissividade dessas fraudes.

Na lacuna deixada pela traição do Espiritismo brasileiro ao original francês, combina-se o Catolicismo medieval com práticas ocultistas equiparadas às de feiticeiros e curandeiros medievais.

O Brasil prevalece essas visões medievais-romanas e é assustador que indivíduos atrasados sejam tratados como se fossem donos de nosso futuro.

No Brasil, é mais fácil aceitar a morte prematura de personalidades modernas e promissoras, do que admitir que antigos políticos da ditadura ou feminicidas de meia-idade ou terceira idade estejam gravemente doentes.

Prevalece, no Brasil, um inconsciente coletivo que mais parece lembrar a Europa do Século 12.

Uma combinação de conceitos moralistas vingativos e rancorosos e deslumbramento religioso surreal, que faz com que, por exemplo, os "médiuns" do Espiritismo brasileiro se tornem equivalentes contemporâneos dos antigos sacerdotes medievais.

Os brasileiros têm uma relação confusa, irregular e tendenciosa quanto à ética, a virtude e a transparência.

Infelizmente, a maioria das pessoas acredita que o simples prestígio social é atenuante para erros gravíssimos cometidos por certos indivíduos, até mesmo os crimes de morte.

Há uma permissividade que é sustentada pelo bordão "quem nunca erra?", algo que está mais próximo da apologia do erro do que de uma suposta autocrítica ao mesmo.

O Brasil é um país recente, com pouco mais de 500 anos de existência, mas virou "balneário" para espíritos atrasados que "não querem largar o osso".

Daí o costume, digno da literatura surreal, de termos medo só de imaginar que um feminicida que fumou demais esteja doente e perto de morrer.

Neste caso, até conselho de amigo sobre um câncer de um feminicida é visto, surrealmente, como "dano moral" e médicos podem ser processados só porque o diagnóstico de grave doença de um homem que cometeu outrora um feminicídio deu afirmativo.

Um costume que se contrasta com a aparente resignação quando músicos ou atores de vanguarda de repente morram no auge de suas atividades e ainda relativamente jovens.

É um absurdo. Um ator teatral pode morrer de infarto, mas um magistrado que matou a esposa, com muito mais pressões emocionais a enfrentar, não pode?

É um país em que fascistas são aplaudidos por coisa nenhuma, apenas porque são... fascistas.

Ou que obras fake podem ser livremente comercializadas ou mesmo gratuitamente oferecidas se elas apresentam supostas lições de vida e de amor ao próximo.

O apego dos brasileiros a esses pontos de vista e práticas tão confusos, irregulares, equivocados e contraditórios revela o quanto o odor de mofo tóxico medieval se exala no nosso território.

A acomodação das pessoas, surdas aos seus próprios problemas e vícios, é preocupante. Como é preocupante a indigesta e confusa mistura de permissividade com autoritarismo fascista.

Arrancar essas pessoas dessas perigosas zonas de conforto é difícil, mas é necessário para o Brasil enfrentar essa ruptura dolorosa que, no primeiro momento, pode irritar muita gente.

Mas é preciso esse processo doloroso, ou o Brasil sucumbirá de vez.

E essa necessidade pode incluir até mesmo o preço de desfizermos 70 e tantos anos de popularização dos "médiuns espíritas", os traidores do Espiritismo francês que a sociedade acostumou-se a endeusar por influência da mídia hegemônica e outras elites neo-medievais.

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